A Mulher na Educação e na Sociedade

 

      

 

Mulher ( Erasmo Carlos)
Dizem que a mulher é o sexo frágil
Mas que mentira absurda
Eu que faço parte da rotina de uma delas
Sei que a força está com elas

Vejam como é forte a que eu conheço
Sua sapiência não tem preço
Satisfaz meu ego se fingindo submissa
Mas no fundo me enfeitiça

Quando eu chego em casa à noitinha
Quero uma mulher só minha
Mas pra quem deu luz não tem mais jeito
Porque um filho quer seu peito
O outro já reclama a sua mão
E o outro quer o amor que ela tiver
Quatro homens dependentes e carentes
Da força da mulher

Mulher, mulher
Do barro de que você foi gerada
Me veio inspiração
Pra decantar você nessa canção

Mulher, mulher
Na escola em que você foi ensinada
Jamais tirei um dez
Sou forte mas não chego aos seus pés

 

 

 

A brusca poesia da mulher amada (II)

( Vinicius de Moraes )
A mulher amada carrega o cetro, o seu fastígio
É máximo. A mulher amada é aquela que aponta para a noite
E de cujo seio surge a aurora. A mulher amada
É quem traça a curva do horizonte e dá linha ao movimento dos
astros.
Não há solidão sem que sobrevenha a mulher amada
Em seu acúmen. A mulher amada é o padrão índigo da cúpula
E o elemento verde antagônico. A mulher amada
É o tempo passado no tempo presente no tempo futuro
No sem tempo. A mulher amada é o navio submerso
É o tempo submerso, é a montanha imersa em líquen.
É o mar, é o mar, é o mar a mulher amada
E sua ausência. Longe, no fundo plácido da noite
Outra coisa não é senão o seio da mulher amada
Que ilumina a cegueira dos homens. Alta, tranqüila e trágica
É essa que eu chamo pelo nome de mulher amada.
Nascitura. Nascitura da mulher amada
É a mulher amada. A mulher amada é a mulher amada é a mulher
amada
É a mulher amada. Quem é que semeia o vento? - a mulher amada!
Quem colhe a tempestade? - a mulher amada!
Quem determina os meridianos? - a mulher amada!
Quem a misteriosa portadora de si mesma? A mulher amada.
Talvegue, estrela, petardo
Nada a não ser a mulher amada necessariamente amada
Quando! E de outro não seja, pois é ela
A coluna e o gral, a fé e o símbolo, implícita
Na criação. Por isso, seja ela! A ela o canto e a oferenda
O gozo e o privilégio, a taça erguida e o sangue do poeta
Correndo pelas ruas e iluminando as perplexidades.
Eia, a mulher amada! Seja ela o princípio e o fim de todas as coisas.
Poder geral, completo, absoluto à mulher amada!

      

 

 

 

 

 

 

 

 

A mulher ainda é considerada sexo frágil?

 

  • A Tragetória da mulher brasileira nos últimos séculos é extraordinária.

  • A mulher começou seu papel na educação, educando de lar em lar, lecionando dentro das casas, para crianças, onde as familias tinham condições de pagar uma professora.

  • No Periodo colonial, começou a lecionar nas escolas publicas que eram poucas, e logo em seguida fez se bastante presente no ensino primário.

  • Hoje as mulheres são maioria em todos os níveis de escolaridade, e também nas salas de aulas da faculdade.

  • Essa presença da mulher nas escolas e nos campus, é a mostra das efetivas mudanças em relação a sociedade sobre o sexo feminino, considerado sexo frágil.

  • A mulher hoje ocupa um papel muito importante na educação e na sociedade, sendo que a maioria dos cargos na educação são ocupados por mulheres, já se foi o tempo em que a mulher só se ocupava com os afazeres domésticos e cuidava dos filhos, hoje além de fazer tudo isso, ainda trabalha fora e, ocupa cargos importantes antes só exercido por homens, como, administração de empresas, cargos políticos entre outros... A mulher aos poucos vem conquistando seu espaço, respeito e valorização na sociedade.

 

ENTREVISTAS

Professora A  -  Tempo de serviço: 3 Anos.

01) Por que você escolheu ser professor?

R: A princípio porque me pareceu um mercado de trabalho que necessitava de profissionais e não há preconceito de idade, além de que o professor nunca fica desempregado. Porém assim que comecei a lecionar percebi que foi o que sempre quis fazer e gosto muito.

 

02) Como foi sua primeira experiência em sala de aula?

R: A primeira experiência foi em um dia de prova diagnóstica, sendo assim não tive muitos problemas.

 

03) Atuar em sala de aula foi como você imaginava?

R: Devido ter começado a lecionar depois dos quarenta anos, não fui para sala de aula cheia de ilusões, cheguei consciente da difícil realidade que me aguardava.

 

04) Quais as dificuldades encontradas?

R: As principais dificuldades são: o despreparo dos alunos, ou seja, alunos que não sabem ler bem, o que causa o outro problema que tem proporções incalculáveis, que é a indisciplina, este problema é o mais difícil de se enfrentar, não existem soluções nem formulas prontas, cada professor tem que encontrar seu caminho para enfrentá-los.

 

05) Em que ano você começou? O que mudou na educação, de sua opinião desde que você começou até os dias atuais? Cite alguns pontos negativos e positivos?

R: Comecei a lecionar em 2010, nada mudou.

 

06) Hoje como você se sente atuando na educação?

R: Gosto muito do que faço a despeito da remuneração, ver o resultado de seu trabalho surgindo mesmo que de forma lenta ainda é gratificante.

 

07) Teve algum momento que você pensou em desistir? Por que?

R: Como comecei há pouco tempo e ainda não pensei em desistir, apesar de tantos problemas e dificuldades enfrentadas em cada aula.

 

08) Qual sua perspectiva para educação depois de dez anos?

R: Tenho a esperança que as coisas melhorem, mas infelizmente acho que é só esperança porque para que as mudanças aconteçam é necessário vontade política, e alunos preparados para pensar e ser cidadãos conscientes e críticos, não interessa justamente aos que podem na força da lei transformar efetivamente a Educação.

 

09) O que você diria aos futuros educadores?

R: Não desistam porque é da vontade de cada um de nós e do esforço individual de cada professor consciente que podemos mudar de forma lenta, mas sólida, alguma coisa nas escolas onde trabalhamos, e por menor que sejam as mudanças elas sempre fazem alguma diferença para melhor.

 

10) Quais são as situações enfrentadas entre o professor e o aluno em sala de aula?

R: A principal delas é a tentativa dos alunos testarem seus limites, então cabe ao professor, que deve estar bem preparado, mostrar ao educando os limites e ser firme para que possa realizar seu trabalho.

 

 

Professora B  -  Tempo de Serviço: 21 Anos

1) Por que você escolheu ser professor?

R: Nunca pensei em seguir a carreira do magistério, quando tinha 16 anos surgiu à oportunidade de trabalhar em uma escola de educação infantil em frente a minha casa, foi amor a primeira vista, sai do ensino médio e me matriculei no magistério.

 

2) Como foi sua primeira experiência em sala de aula?

R: Foi em uma sala de Jardim I em uma escola particular, tinham 20 alunos e eu me apaixonei pelo universo escolar.

 

3) Atuar em sala de aula foi como você imaginava?

R: Não, dar aulas não estava nos meus objetivos futuros.

 

4) Quais as dificuldades encontradas?

R: Infelizmente não é uma profissão que tem a valorização que merece.

 

5) Em que ano você começou? O que mudou na educação sua opinião desde que você começou até os dias atuais? Cite alguns pontos negativos e positivos?

R: Comecei em 1992, hoje as crianças estão mais críticas e tem acesso a tecnologia. Passam mais tempo na escola e por outro lado não respeitam os limites e a escola não tem os mesmos atrativos que os aparelhos tecnológicos despertam.

 

6) Hoje como você se sente depois de tanto tempo atuando na educação?

R: Estou realizada, pois amo o que eu faço.

 

7) Teve algum momento que você pensou em desistir?

R: Nunca.

 

8) Qual sua perspectiva para educação depois de dez anos?

R: A escola se atualize, para acompanhar o que o mundo oferece.

 

9) Em sua opinião a mudança na estrutura familiar tradicional (pai – mãe) interferiu no desenvolvimento do aluno?

R: As diferentes famílias não interferem no desenvolvimento do aluno o que atrapalha é a falta de interesse e valorização da escola na vida familiar da criança

 

10) O que você diria para nós que seremos futuros educadores?

R: Sejam fortes, e acreditem no trabalho que iram exercer, pois nós temos o poder de mudar, pois a semente plantada agora irá semear amanhã.

 

Não divulgaremos nomes para manter privacidade das professoras.

 

CONCLUSÃO DO GRUPO SOBRE AS ENTREVISTAS

Com as entrevistas percebemos diferentes ideias que fazem mulheres a se tornarem educadoras. Algumas tornaram profissionais da educação, professoras, pelo mercado de trabalho, outras por sonharem com isso por toda sua infância.

No geral é nítido que quando se começa essa carreira com pouca maturidade e muitos sonhos acabam tento alguma frustração inicial, pois ensinar uma criança não é fácil, quem dirá ensinar dezenas e ao mesmo tempo.

Nesta entrevista, falamos com professoras bem conceituadas e respeitadas na unidade de ensino. Todas alegam nunca ter pensado em desistir, para nós isso já é um bom sinal, já que sabemos das dificuldades que elas enfrentam neste mercado, pois os alunos estão a cada dia mais rebeldes e menos preparados.

Se conseguíssemos mostrar para todos, com clareza e realidade sobre os problemas que tanto falamos, conseguiriam ver que temos não mulheres educadoras e sim, guerreiras tentando educar.

Hoje em dia os responsáveis por esses alunos/crianças estão relapsos e muitas vezes nem acompanham a vida escolar de seus filhos, acreditamos que isso foi gerado pela falta de instrução, conhecimento ou mesmo por não terem “tempo” por causa do seu trabalho e até a falta de informação sobre os acontecimentos na educação e só aparecem na escola para matrícula, pois são obrigados para mantê-los na escola.

Muito triste essa situação pois muitas crianças e jovem que tem boas aptidões para os estudos estão se voltando para marginalidade e o pouco que essas guerreiras conseguem fazer não é o suficiente para encaminhá-los a um futuro melhor.

As educadoras que tentam manter o equilíbrio e ser de tudo um pouco ao seu educando para tentar torná-lo um ser humano melhor e ainda assim, com tudo que enfrentam, acreditam em uma educação melhor e por mais inacreditável que pareça, conseguimos ver o amor que elas têm quando falam de sua profissão.

Leitores o nosso objetivo é que analisem e dividam conosco suas experiências escolares, para assim encontrarmos um caminho para uma educação melhor, pessoas melhores.

Voce acha que a mulher com sua força e determinação, quando começou a lencionar dentro dos lares, foi significativa para construir, a nossa atual sociedade ?

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